sexta-feira, 30 de julho de 2010

Carreira & Sucesso: Quem tem bagagem vai mais longe!

Quem viaja sabe o quanto a bagagem é importante. Mais do que tudo, ela deve ser compatível com o destino. Na vida profissional é a mesma coisa. Ou seja, é preciso montar a “bagagem” conforme o objetivo, conforme o alvo que se pretende atingir. A seguir, confira um passo-a-passo básico para montar a sua:

Escolha um destino - Todos nós temos uma aptidão, uma característica que nos fará atuar melhor em determinada área. Liste seus pontos fortes e fracos, pense bem sobre eles e tente descobrir como pode tirar proveito disso. Você descobrirá facilmente sua vocação. Na dúvida, procure um orientador vocacional ou converse francamente com amigos e parentes.

Estude sempre – Estudar é a base, o cimento de sua carreira. Não significa ficar eternamente grudado nos bancos escolares. Mas sim manter sempre viva a chama da curiosidade. Assim, leia, pesquise, se informe sempre sobre sua área de atuação e sobre temas afins.

Desenvolva habilidades – Aprender informática e a falar outras línguas é o mínimo que se pode fazer. Vá além. Ter aulas de teatro pode ser ótimo para quem lida com o público. Da mesma forma, fazer um curso de oratória também ajuda. Prestar atenção em novas tendências, oportunidades e serviços também pode garantir uma guinada em sua carreira. Foi assim com os primeiros que apostaram suas fichas na internet, nos telefones celulares e por aí afora.

Crie uma rede social – Muita gente já ouviu falar em networking, que pode ser traduzido como uma rede de contatos profissionais. Pois é, quanto maior e melhor for sua rede de contatos melhor sua chance de arrumar uma colocação no mercado ou mesmo trocar de emprego. Pesquisas mostram que quase 70% das pessoas acham emprego por meio do networking. No fim, o QI, ou “Quem Indica”, acaba pesando e muito na balança. Para construir sua rede, a melhor dica é estar sempre circulando, participando de eventos que têm conexão com seu mundo profissional e que lhe possam abrir novas portas.

Atualize seu currículo – É muito importante manter o currículo sempre atualizado. Os especialistas sugerem uma revisão a cada seis meses. Isso não quer dizer que você precisa montar um calhamaço com informações a seu respeito. Seja sucinto e econômico nas palavras. Uma folha basta, na maioria dos casos.

Comunique-se - Feita a lição de casa, você precisa aprender a se destacar em meio a tanta concorrência e a tantas mudanças no mercado de trabalho. “O mercado exige cada vez mais pessoas que saibam se comunicar. É preciso saber descobrir o próprio potencial, como desenvolvê-lo e, mais importante, como expor os seus pontos fortes, de forma clara e estruturada”, diz José Floro Barros, diretor da Floro Gerenciamento de Carreiras.

Para Laila Vanetti, diretora da Scritta – Cursos em Linguagem, falta aos profissionais saberem argumentar. “Argumentar significa dar brilho às idéias, e isso ainda falta a muitos profissionais. Há bons profissionais, há boas idéias, mas é preciso saber sair da superfície e mostrar a sua essência”, afirma Laila. “É preciso aprender a fazer as idéias brilharem”, completa.

Pensar na maneira de expor suas idéias e argumentos é essencial. Muitos profissionais aprendem a se comunicar em inglês, espanhol e outras línguas, mas muita gente se prejudica mesmo é na hora do português. “O português é um pressuposto básico, porém, a realidade é que os profissionais se desenvolvem muito bem em suas áreas específicas, mas carregam profundas lacunas com o que diz respeito à linguagem”, diz Laila.

Para ela, o mais grave é não ter a percepção de que cada situação merece um posicionamento específico. “O bom profissional deve saber dirigir-se à diretoria de forma adequada, mas também precisa conseguir se fazer entender pelo chão da fábrica, de forma clara e eficiente. É preciso ser poliglota em nossa própria língua, respondendo de forma adequada a cada situação”, defende Laila, que dá uma dica: “Invista no hábito de uma leitura pró-ativa. Ler garante treinamento de vocabulário, memória visual para ortografia, e capacidade de interpretação de textos”.

Para Floro, os profissionais não podem ser meros executores. “Para obter reconhecimento na empresa, é preciso saber mostrar suas qualidades, suas ações. É preciso saber ler o ambiente, entregar sempre mais do que é solicitado, mostrar mais competências do que aquele cargo exige, para poder chegar a um nível superior”, explica.

Fonte: Carreiras & Gestão por Aderbal Gonçalves.

domingo, 25 de julho de 2010

Você aceitaria um cargo de confiança para ganhar menos?

POR MAX GEHRINGER:

Recebi uma promoção, mas perdi o direito às horas extras porque meu cargo agora é de confiança. Só que, no fim das contas, vou ganhar menos do que ganhava. Sei que não devemos considerar horas extras como salário porque elas podem acabar.

MAX: O dinheiro da hora extra é um fator de curto prazo. O que você realmente ganhou com a promoção está no médio prazo – uma estrelinha no currículo. Com seu novo cargo, você poderá futuramente pleitear cargos semelhantes em outras empresas, com melhor remuneração, caso sua situação na empresa atual não se altere. O tempo lhe mostrará que, mesmo ganhando menos no primeiro momento, você brevemente acabará recuperando o que imagina estar perdendo, e mais um troco.

Há alguns dias ouço boatos de que a empresa em que trabalho está em má situação financeira e poderá vir a quebrar. Meu gerente disse que é fofoca. Devo acreditar nele?

MAX: Não, pelo menos do ponto de vista estatístico. De cada dez boatos desses que eu ouvi na vida, nove acabaram se comprovando. Caso a boataria seja verdadeira, o gerente está fazendo a parte dele. Se ele confirmasse que a situação está ruim, não só haveria uma debandada geral, como a produtividade e a motivação desabariam num momento em que as duas coisas precisam aumentar. Meu conselho é que você comece a acionar seus contatos, para não ser apanhada desprevenida na última hora.

Sonho com uma carreira internacional...

MAX: Quando criança, eu sonhava que podia voar. Suas chances de concretizar seu sonho são maiores do que foram as minhas. O primeiro passo é entrar em uma multinacional que tenha um programa de transferências internacionais. Fácil não será, mas vai depender de seu talento e de sua persistência.

Nos últimos 15 meses superei meus objetivos e recebi a classificação “ótimo” em minha avaliação. Mas há 20 dias fui dispensado. Meu gerente disse que os motivos estavam além da jurisdição dele, mas deu a entender que pessoas influentes não me viam com simpatia. Isso tem explicação?

MAX: Vamos supor que você nada tenha feito para despertar a antipatia dessas pessoas, muito pelo contrário. Mesmo assim, a resposta continuaria a mesma: sim, isso tem explicação. As causas é que podem variar. Você pode ser extremamente extrovertido. Ou deixar claro que não dá a mínima para o que os outros pensam a seu respeito. Ou emitir abertamente opiniões sinceras sobre qualquer coisa. Ou passar a impressão de que consegue facilmente resultados que seus colegas têm de ralar para conseguir. A lista é longa. Se por um lado nada disso é negativo, por outro pode gerar um desconforto em pessoas que não são assim ou que gostariam de ser e não conseguem. Se essas pessoas forem seus colegas, o resultado é a inveja. Se elas tiverem influência suficiente para afastá-lo, elas o farão. Isso não é justo, mas mesquinharias pessoais podem se sobrepor aos interesses da empresa. Eu apenas lhe daria uma dica. Caso você entre em outra empresa e venha novamente a ser dispensado sem um motivo plausível, tudo o que eu disse continua válido, mas não se aplica a você.

O que fazer quando se trabalha numa empresa em que tudo o que se vê é falta de competência, clima pesado, competição desmedida e uma diretoria que finge que não percebe esses problemas?

MAX: Mudar de emprego, correndo. Você descreveu o mapa do inferno. Porém, se na próxima empresa você encontrar novamente problemas dessa natureza, é bem possível que você esteja exagerando em sua avaliação.

Tenho um relacionamento bastante próximo de meu chefe. Saímos para almoçar, e ele me confidencia fatos e detalhes sobre a empresa que meus colegas ignoram. Isso é positivo?

MAX: Seus colegas certamente não ignoram essa proximidade entre você e seu chefe. E não devem estar muito satisfeitos em ser tratados de modo diferente. Como às vezes a receita do sucesso é a mesma do fracasso, você tanto pode vir a ser promovido como pode vir a ser queimado. Para não correr esse risco, não se afaste de seu chefe, mas não deixe que seus colegas se afastem de você.

Fui informado pelo departamento de Recursos Humanos que o supervisor que me contratou e me treinou será dispensado e que eu assumirei o lugar dele. Mantenho com essa pessoa laços de gratidão e de amizade. Não sei o que fazer. Ele ainda não sabe da situação. Devo dizer a ele? Posso recusar a promoção?

MAX: Pode, mas isso não iria mudar a situação de seu amigo supervisor. Se a empresa já decidiu substituí-lo, ele será substituído independentemente do que você venha a fazer. Seus sentimentos são nobres, sem dúvida, mas você não é responsável pela situação. A empresa viu em você condições para realizar um trabalho melhor. Quanto a antecipar a seu amigo o que vai acontecer, a cartilha corporativa manda você ficar calado até que a comunicação oficial seja feita por quem de direito. Mas, se eu estivesse em seu lugar, diria a verdade. Você precisaria ser muito dissimulado para passar vários dias fingindo que não sabe de nada, e pelo teor de sua mensagem isso não parece ser de sua natureza.

Fonte: Revista Época.